Aquela tarde … Lembro-me como se fosse hoje, eu estava ali sentada, ouvindo meus pais discutir, e olhando para a janela dele, estava frio, mas não conseguia ir para casa, ele ali com ela, rindo, dançando, brincando, correndo, e eu ali, sozinha sentada ao frio, ela só o queria, por ele ser mais velho e o mais popular da escola, mas eu não, nem pensava nisso, ela era como ouro, reluzente, chamava a atenção, eu era como ferro, ninguém ligava, só o jogavam fora…
Todas as tardes a mesma hora, eu me sentava ali, a olhar, a pensar como era, se fosse eu, como é que eu me sentiria, nos braços dele, sem ela no meu caminho, mas depressa, ouvia os gritos de meus pais, sempre discutindo, e voltava a realidade, que para mim era um pesadelo, ouve um dia que me declarei, e ele depressa me disse: ‘ acha que quero alguma coisa, com uma garota como você’. E saiu correndo, aí, eu chorei, gritei, corri, caí, mas mais que tudo, me magoei, pensava que ia viver num conto de fadas, mas não! Porque é que tudo tem de ser difícil? E não como nós queremos.
Hoje acordei, e apeteceu-me escrever, vi sua fotografia, sai de casa rindo e fui ter consigo, cheguei perto de si e disse:
-Se lembra de mim?
-Não! Já nos conhecemos?
-Já, se lembra.
-Me lembraria de uma rapariga tão perfeita.
Ela pegou numa fotografia e lhe entregou, tinha-o deixado com a boca aberta.
-Então já lembra.
-Lembro sim.
Continuaram a conversa, o rapaz depressa se apaixonou, ou pelo menos era o que ele dizia, mas ela disse: ‘ pois, no tempo do liceu, eu amava você de verdade, mas agora não amo mais, bem está ficando tarde, beijinho’
E foi correndo …
by, annie
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